Aquele Momento

19 de maio de 2014


"Quando se ama algo, também se sente vontade de destruir." Enma Ai

"Por um instante, tudo era verdadeiro..
Aos poucos ambos olhares se desprenderam,
e ambos perceberam que nada além
daquele momento valeria a pena."


O mundo é um lugar muito grande e para todos os lugares que você for sempre terá pessoas com diferentes opiniões e diferentes objetivos. A maior maravilha, entretanto, não é as diferenças destas pessoas e sim o que faz com que elas se unam. Em variedades tão grandes de possibilidades de encontros e sentimentos se unindo as pessoas se tornam otimistas ao sair de casa. Nunca se sabe o que se pode encontrar, e infelizmente também nunca se sabe o que iremos "deixar de ganhar".


Carlos, era uma dessas várias pessoas. Em uma sexta feira qualquer ele saiu com alguns amigos para um restaurante. Era o que mais gostava de fazer, sair e dividir seu tempo com aqueles que ele gostava.
Algo faltava, e este algo infelizmente era um amor. Um amor ao qual ele podia confiar seus maiores temores, mas em geral isso todos querem. Carlos não fazia nada para procurar este amor, ele apenas deixa as "portas" do seu coração aberto caso alguém se candidatasse...


Marianne também gostava muito de sair e conhecer lugares diferentes, neste mesmo dia específico as amigas a levaram a um luxuoso restaurante da cidade onde estavam. Marianne buscava alguém que a prendesse, e a fizesse sentir tudo o que pudesse. Ela já conhecia muito, mas sabia que apenas com uma pessoa especial ela poderia conhecer ainda mais, ela sabia o valor dos sentimentos e mais ainda o valor de poder compartilha-los com alguém sincero. Ela buscava, e abria espaços para que os homens mostrassem o valor deles para ela.. Ela realmente acreditava que este alguém um dia lhe apareceria, e com certeza ela o agarraria com todas as suas forças.

Talvez fosse coincidência eles se encontrarem ali. Mesas próximas e no mesmo restaurante.
Não importa nada disso, o que importa é que o olhar dos dois se cruzaram e ambos perderam os seus movimentos básicos. Como o mundo se fechasse entre o olhar destes dois desconhecidos, ambos ficaram se olhando e sorriram um para o outro.
Espontaneamente ela abaixou os olhos, e ele movimentou sua taça de vinho ao passo que levantou as sobrancelhas. Ambos sabiam das minimas artes de sedução, mas ali ambos descobriram que tinha algo que ainda não tinham visto em suas vidas.
Rapidamente eles chegaram ao que seria o normal. Carlos teve a certeza de ter encontrado a mulher que tanto procurava, e Marianne teve a absoluta certeza de que aquele homem lhe mostraria tudo que ela não poderia ver sozinha.
Ambos desfrutaram do mais puro amor, e puderam-se a imaginar seus próximos dias juntos.
Carlos imaginou as noites de amor que ambos compartilhariam, imaginou os sonhos e foi tão longe que imaginou um belo casamento. Confidencias, e até mesmo filhos. Carlos se achou ridículo por pensar tão longe a respeito de uma pessoa que ele acabara de ver. Mas a certeza que isso tudo aconteceria e a felicidade de pensar assim o impediu de parar.
Marianne se pôs a imaginar as festas, e também os lugares fantásticos que visitariam juntos. Viagens a lugares pouco visitados nesse mundo, lugares lindos que ela sempre se recusou a ir por falta de um certo alguém, e ali estava aquele certo alguém. Ela sentiu medo por já colocar tanta confiança em uma pessoa que nem mesmo trocou uma palavra, mas em seu coração os sentimentos cresciam e ela sentia ainda mais confiança sobre tudo que pensava.

E continuaram a se olhar e também a continuar com o jogo de sedução, pequenos detalhes que apenas os homens e mulheres mais experientes poderiam reproduzir e não cabe a mim neste momento citá-los.

Os pensamentos foram mais longe, e imaginaram que tudo na vida de ambos mudaria. Começaram a pensar nos amigos que se afastariam e como podiam se criar intrigas entre os conhecidos.
Pensaram que noites de sexta-feira eles jamais teriam a liberdade e o prazer de irem a um restaurante qualquer conversar com os amigos. Começaram a se sentir presos um ao outro sem ao menos trocarem uma palavra, não era preciso conhecer um ao outro para saberem que não gostariam das mudanças que sofreriam se continuassem com aquilo.

Carlos que havia se levantado para a clássica abordagem que sempre tivera facilidade de fazer com outras mulheres parou no meio do caminho, olhou fixamente para Marianne. Esta quando percebeu apenas virou o rosto com toda a raiva que sentia pelo homem que queria roubar a sua liberdade.
Carlos tomou uma taça de um garçom que por ali passava e passou direto pela mesa de Marianne, e foi buscar uma companhia diferente daquela mulher. Não era uma mulher que ele queria que ele foi falar, e sim qualquer uma que ali por perto estava.

Naquele dia, Carlos e Marianne experimentaram o máximo do amor e da paixão. E viram a perfeição um no outro, mas ao olharem para si mesmos viram que eram ridículos a pensar que algo assim valeria a pena.

Eles preferiram transformar o amor verdadeiro que sentiram na mais pura raiva, e transformar totalmente a imagem do outro em algo negativo para que não se apegassem e assim não sofressem.

Jamais se encontraram novamente, mas aquela chance perdida eles jamais se esqueceram...
Tiveram um tesouro enorme à sua frente, e não se propuseram a tentar pegá-lo. Nada perderiam se tentassem, ninguém sabe o que teria acontecido. O que se sabe é que histórias assim se repetem todos os dias e em todos os lugares do mundo.

Carlos e Marianne são apenas dois nesse mundo estranho, e o mundo nem se importou com um grande amor nascendo e morrendo em poucos minutos. Nunca se importou, e nem se importará.
O mundo não se interessa por estas histórias, apenas os personagens se interessam por este enredo.
As chances muitas vezes são únicas e cabe a nós, os personagens de nossa própria história, as aproveita-las. Até porque, não queremos ser o Carlos ou a Marianne de amanhã..

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